Objetivos:
Conhecer alguns aspectos do cotidiano alimentar e da economia na América Portuguesa;
Caracterizar a produção açucareira e a estrutura dos engenhos na América Portuguesa;
Identificar a composição social da América Portuguesa durante o ciclo do açúcar;
Reconhecer o impacto da presença do açúcar na sociedade atual.
Conteúdos:
Engenho e sociedade do açúcar;
Unidade temática:
A organização do poder e as dinâmicas do mundo colonial americano.
Objeto do conhecimento:
As lógicas mercantis e o domínio europeu sobre os mares e o contraponto Oriental;
Competências:
CCH1: Compreender a si ao outro como identidades diferentes, de forma a exercitar o respeito às diferenças em uma sociedade plural e promover os direitos humanos;
CEH5: Analisar e compreender o movimento de populações e mercadorias no tempo e no espaço e seus significados históricos, levando em conta o respeito e a solidariedade com as diferentes populações.
Habilidades:
(CG1) Exercitar a empatia, o diálogo, a resolução de conflitos e a cooperação, fazendo-se respeitar e promovendo o respeito ao outro e os direitos humanos com acolhimento e valorização da diversidade de indivíduos e de grupos sociais seus saberes, identidades e culturas e potencialidades sem preconceitos de qualquer natureza.
(CECH6) Construir argumentos, com base nos acontecimentos das Ciências humanas, para negociar e defender ideias e opiniões que respeitem e promovam os direitos humanos e a consciência socioambiental, exercitando a responsabilidade e o protagonismo voltados para o bem comum e a construção de uma sociedade justa democrática e inclusiva.
(CEH1) Compreender acontecimentos históricos, relações de poder e processos e mecanismos de transformação e manutenção das estruturas sociais, políticas, econômicas e culturais ao longo do tempo e em diferentes espaços para analisar, posicionar-se e intervir no mundo contemporâneo.
(CCH4) Interpretar e expressar sentimentos, crenças e dúvidas com relação a si mesmo e aos outros e as diferentes culturas, com base nos instrumentos de investigação das ciências humanas, promovendo acolhimento e a valorização da diversidade de indivíduos e de grupos sociais Viva Seu saber, identidades vidas culturas e potencialidades vírgulas sem preconceitos de qualquer natureza.
(CEH4) Identificar interpretações que expressem visões diferentes sujeitos, culturas e povos com relação ao mesmo contexto histórico, e posicionar-se criticamente com base em princípios éticos, democráticos, inclusivos, sustentáveis e solidários.
Recursos:
(EF07HI10) Analisar, com base em documentos históricos, diferentes interpretações sobre as dinâmicas das sociedades americanas no período colonial.
(EF07H13) Caracterizar a ação dos europeus e suas lógicas mercantis visando ao domínio no mundo atlântico.
(EF07HI10) Analisar, com base em documentos históricos, diferentes interpretações sobre as dinâmicas das sociedades americanas no período colonial.
(EF07HI15) Discutir o conceito de escravidão moderna e suas distinções em relação ao escravismo antigo e à servidão medieval.
Material utilizado
Datashow, vídeos, capas de revistas.
Avaliação:
Qualidade e empenho na produção de receita.
DESENVOLVIMENTO:
Etapa 01:
Para iniciar a sequência a professora mostra para a turma o tema e os objetivos da sequência didática e explica que o produto final será um caderno de receitas que precisará da colaboração de todos os alunos. A cada aula um grupo de alunos recebe um formulário para escrever uma receita que contenha açúcar entre os ingredientes e a história dessa receita, que pode ser de família ou de algum momento marcante e na aula seguinte faz uma rápida socialização do seu trabalho e entrega para a professora.
Figura 20: Formulário para anotação das receitas dos alunos
Fonte: elaborado pela pesquisadora.
Depois a pintura de Debret (figura 21) é projetada na lousa e tem início um diálogo com os alunos sobre que alimentos eles identificam na imagem e que relações estão evidentes na cena do período colonial. Esse momento deve ser livre para que alunos possam explicitar o conhecimento prévio sobre as relações sociais na América portuguesa e é importante para que possam identificar o lugar ocupado por africanos escravizados e brancos dominadores.
Figura 21: refeição colonial
Em seguida a professora coloca sobre sua mesa alguns tipos de doces fáceis de serem encontrados em padarias ou supermercados como: cocada, goiabada, pudim, beijinho e bolinho de chuva e pede para que a turma fique em círculo. A professora deixa os doces à mostra e solicita que alguns alunos apontem o que mais já consumiu e fale sobre suas memórias relacionadas ao seu consumo. Depois explica que o elemento principal nesses doces é a presença do açúcar e que foi primordial para a economia colonial.
Etapa 02:
O primeiro momento da aula deve ser com a breve socialização das receitas dos alunos que receberam o formulário na aula anterior. Durante a exposição os outros alunos podem identificar aquilo que é comum a todos, e que apontar o que lhe parece estranho. Esse exercício colabora para que percebam as diferenças alimentares dentro de um mesmo grupo de pessoas. Os alunos que entregam os formulários escolhem os próximos alunos a receberem os formulários para entregar na aula seguinte, este processo se repete nas etapas posteriores.
Em seguida são explicados os motivos que levaram os colonizadores a escolher a cana de açúcar como principal produto para exploração na América Portuguesa. O clima quente, a alta lucratividade, o solo apropriado para o plantio e a experiência exitosa na ilha da madeira foram decisivos para que o Brasil passasse a ser um grande produtor de açúcar, pois os portugueses encontraram a oportunidade de lucrar com o produto e ao mesmo tempo foram construindo um cardápio cheio de sabores adocicados. O trabalho com a cana de açúcar, rendeu a Portugal muita riqueza econômica e também na culinária.
Ainda nesta etapa é explicado aos estudantes que a produção de açúcar era realizada em uma organização social e econômica bem definidas, em que o engenho, inicialmente, representava o local em que a cana de açúcar era transformada em açúcar, mas que com o passar do tempo o engenho passou a significar toda a propriedade açucareira que composta pelas terras, casa grande, a senzala, a capela e fábrica.
Compreender a estrutura da produção açucareira colabora no entendimento das relações sociais estabelecidas na América Portuguesa e como cada grupo tinha na alimentação sua representação cultural e econômica. A existência de trabalhadores livres deve ser compreendida pelos alunos como instrumento de manutenção da exploração dos escravizados, pois os livre ocupavam cargos de supervisão dos escravos como mestre de açúcar e feitores.
Etapa 03:
Depois da explicação é apresentado o seguinte desenho para identificação, retirado do site Ensinar História, que mostra a estrutura física de um engenho, com suas moradias e espaços destinados a produção:
Figura 22: Engenho e sua estrutura
No final da aula deve ser entregue uma cópia do desenho acima para cada aluno identificar a estrutura do engenho no período colonial, identificando os seguintes elementos: a casa-grande, a senzala, a capela, as moradias das famílias escravas, a chaminé das fornalhas.
O aluno deve entregar para a professora o desenho identificado com a localização correta de cada parte que compunha o engenho, assim ele junto do professor pode imaginar o cotidiano e o funcionamento diário de um engenho.
Etapa 04:
Para finalizar a sequência didática todos os alunos entregam suas receitas para a professora que organiza um livro de receitas intitulado: Nossos sabores históricos. O material reunido deve ser apresentado na aula posterior, demonstrando os elementos em comum que algumas receitas demonstram e também a diversidade de pratos e culturas mescladas em tais receitas. Por fim, o professor pode entregar o material das receitas reunidas na biblioteca da escola de forma que fique disponível para outros alunos lerem e emprestarem de forma que eles, também, possam colaborar com suas receitas e descobrir as receitas dos colegas. A professora digitaliza essas receitas e monta um livro virtual, que será disponibilizado no site: História & Sabores.
A proposta do caderno de receitas é indicada para o 7° Ano do Ensino Fundamental, pois muitos alunos, podem ter alguma dificuldade na escrita e a tarefa de produzir sua receita é um momento de exercício para sanar essa deficiência, sendo uma oportunidade de trabalho interdisciplinar com a área de Língua Portuguesa que pode colaborar corrigindo os textos junto com os alunos.
Outra forma de trabalho com a produção de receitas é a utilização de uma ferramenta online que pode gerar maior engajamento dos alunos, a sugestão é o aplicativo Padlet em que os estudantes podem postar suas receitas em um mural virtual da turma. Importante considerar as particularidades de cada escola, pois as instituições privadas possuem maior acesso às tecnologias, enquanto em muitas escolas, especialmente na zona rural, ainda é uma realidade distante.