TEMA: Alimentação e início da colonização da América Portuguesa.
QUESTÕES PROBLEMATIZADORAS: Como os indígenas e os portugueses se alimentavam depois que se encontraram? Que alimentos herdamos do período colonial?
IDENTIFICAÇÃO:
Objetivos:
Discutir a diversidade cultural por meio da alimentação;
Identificar as características gerais do sistema de administração colonial dos portugueses na América;
Reconhecer a presença da herança alimentar indígena nos pratos atualmente consumidos.
Conteúdos:
Os alimentos consumidos por indígenas e portugueses antes do encontro entre eles;
Escambo, o uso da mandioca na alimentação na América.
Unidade temática:
A organização do poder e as dinâmicas do mundo colonial americano.
Objeto do conhecimento:
A conquista da América e as formas de organização política dos indígenas e europeus: conflitos, dominação e conciliação.
Competências:
CCH1: Compreender a si ao outro como identidades diferentes, de forma a exercitar o respeito às diferenças em uma sociedade plural e promover os direitos humanos;
CEH5: Analisar e compreender o movimento de populações e mercadorias no tempo e no espaço e seus significados históricos, levando em conta o respeito e a solidariedade com as diferentes populações.
Habilidades:
EF07HI10: Analisar, com base em documentos históricos, diferentes interpretações sobre as dinâmicas das sociedades americanas no período colonial.
Recursos:
Imagens, vídeo, texto impresso, papel cartão, moldes de letras, folhas de papel A4, barbante, ganchos para parede.
Avaliação:
Participação nas atividades propostas.
DESENVOLVIMENTO:
Etapa 01:
Figura 08: Oscar Pereira da Silva, Desembarque de Cabral em Porto Seguro
Para iniciar a sequência a imagem da obra de Oscar Pereira da Silva sobre o encontro entre indígenas e portugueses é projetada na lousa para que todos possam refletir sobre como ocorreu esse encontro. Após esse momento inicial são apresentadas imagens de frutas, peixes e animais que eram consumidos pelos indígenas antes da chegada dos portugueses, bem como imagens de azeite, galinha e ovos típicos da alimentação dos portugueses. Nesse momento é interessante dialogar sobre como esses alimentos eram desconhecidos um do outro, como no caso da mandioca que os portugueses nunca haviam comido e passou a fazer parte da alimentação dos colonizadores, e como ainda são utilizados na realidade do aluno.
Após a análise dessas imagens e sua presença no cotidiano das cozinhas brasileiras, a turma deve ser instigada a pensar em pratos que conhecem e que misturam os ingredientes de ambas as procedências, anotando suas reflexões no caderno. Algumas questões serão introduzidas e que deverão ser respondidas pelos alunos e alunas, também, no caderno: Além da mandioca que outros alimentos você acredita os que indígenas consumiam?; Os portugueses vieram de caravelas, eles não tinham espaço para trazer muita comida e não existia geladeira na época. O que vocês acham que eles comeram quando chegaram na América?
Quando todos elaborarem suas respostas é solicitado que alguns alunos compartilhem suas explicações, abrindo espaço para participação de todos na discussão sobre o conteúdo. Deve-se reforçar a diferença entre os alimentos utilizados pelos indígenas e as adaptações que os portugueses fizeram em seu menu para aprender a servir-se dos alimentos que os indígenas comiam e entender que essa troca, de acordo com Silva (2005) foi um “encontro de culturas, a troca sempre se deu numa via de mão dupla. Se a farinha de guerra não cedia às intempéries, ela, no entanto, entregava-se à mistura dos costumes.”
Etapa 02:
Após esse momento de aproximação com a alimentação de indígenas e portugueses é ministrada uma aula expositiva/dialogada com apresentação de slides com abordagem que trate da prática do escambo em que os nativos recebiam objetos como espelho, tecidos, pentes em troca do pau-brasil e dos desdobramentos administrativos na colônia após os anos iniciais no território desconhecido em que os portugueses tomam a decisão de colonizar a região da América e, de forma mais específica, a implementação das capitanias hereditárias.
A decisão de colonizar a região deve ser explicada pelas ameaças de outros governos e comerciantes europeus em relação às terras brasileiras, a Coroa de Portugal decidiu ocupá-las. Para isso criou, em 1534, o sistema de capitanias hereditárias e dividiu as terras em 15 lotes, doados a homens da nobreza portuguesa, os donatários, que deveriam proteger e desenvolver economicamente as capitanias sob sua responsabilidade. Parte dessas terras podia ser doada e, assim, foram instituídas sesmarias (lotes de terra).
Tendo assim iniciado o processo efetivo de colonização da América pelos portugueses. Os mapas a seguir (figura 9, figura 10, figura 11) podem ser mostrados aos alunos para que possam identificar as mudanças territoriais ao longo do tempo e reconhecer seu lugar e seus alimentos, podem fazer comparações com a alimentação de outros Estados. Intenciona-se nesse momento possam surgir interessantes discussões sobre o tema:
Figura 09: O mapa político do Brasil atual é a representação cartográfica que divide o país em unidades federativas e suas respectivas capitais.
Figura 10: Mapa das capitanias Hereditárias
Figura 11: Mapa destacando pratos característicos de cada estado
Etapa 03:
Nessa fase a sala é preparada pela professora, com antecedência, para a atividade. Para isso, as carteiras devem ser distribuídas em quatro grupos que serão chamados de “Barracas dos Sabores Coloniais”. Em cada barraca ficarão disponíveis materiais contendo informações sobre alimentos e o início da colonização da América Portuguesa. Para dinamizar a participação em todas as barracas, os alunos têm acesso a um QR code aos textos e imagens disponíveis, pois quem tiver celular pode acessar individualmente as informações, fazer a leitura e interpretação e depois discutir com o grupo de forma mais rápida.
Os alunos serão, também, divididos em grupos, nesse momento é a quantidade de alunos por turma que determina a quantidade de pessoas em cada grupo, sendo obrigatório o número máximo de quatro grupos. Cada equipe deve estar munida de folhas em branco para anotar suas observações de cada barraca.
Caso a turma seja numerosa, o uso do QR code pode ajudar na participação do maior número de alunos, pois quem possuir o aparelho celular pode acessar pelo QR code. Sugerimos a seguinte opção de gerador de QR Code: https://br.qr-codegenerator.com/a1/?utm_source=google_c&utm_medium=cpc&utm_campaign=pt_rlsa&utm_content=qr_code_exact&utm_term=criar%20qr%20code_e&gclid=Cj0KCQjwvqeUBhCBARIsAOdt45ZzxuKT09fs_V2ftFUBXAabBpblaMySjK8PJJ-ffYZIOlxkuF5RLDMaAkrDEALw_wcB.
Depois de organizar as carteiras e orientar os alunos, deve ser iniciado o circuito, momento em que cada grupo de alunos se posiciona em uma barraca e investiga as fontes. Cada grupo permanecerá sete minutos na barraca. O(a) professor(a) irá cronometrar o tempo e acompanhar para que não haja troca de informação entre as equipes.
Figura 12: Layout da sala de aula com as “Barracas de sabores coloniais”
Fonte: Elaborada pela pesquisadora
Na barraca número um “A raiz rainha do Brasil” é colocada uma mandioca e um texto impresso, e o QR code também fica disponível, com dados recentes sobre a mandioca no Brasil. Os alunos devem fazer a leitura do conteúdo e refletir sobre a seguinte questão: Qual impacto o uso da mandioca causou na vida dos portugueses que colonizaram o território onde hoje é o Brasil? O texto está disponível em https://bityli.com/tXRwDk :
MANDIOCA: TRADIÇÃO BRASILEIRA QUE GANHOU O MUNDO
Conhecida por 17 nomes diferentes como aipim, macaxeira e costelinha, a mandioca ou Manihot esculenta (nome científico), se desenvolve bem em solos de baixa fertilidade, é muito nutritiva e pode ser consumida tanto por humanos quanto por animais. Por esses e outros motivos, esse tubérculo tipicamente brasileiro ganhou o mundo. Alimento cultivado e consumido pelos índios, a mandioca foi o primeiro produto da terra que os portugueses conheceram. O historiador Luís Câmara Cascudo em “A história da alimentação do Brasil” a define como “a rainha do Brasil”. Do IBGE apontam que o Pará é o estado com a maior produção de raiz de mandioca do Brasil, com safra estimada de 4,99 milhões de toneladas em 2017, seguido por Paraná e Bahia, com 2,76 e 1,75 milhões de toneladas, respectivamente. Juntas, essas unidades da federação representam quase metade da produção nacional.
Mas quando olhamos para fora os números são ainda mais surpreendentes… Você sabia que o maior produtor mundial é a Nigéria? Apenas em 2016, o país contabilizou 57,13 milhões de toneladas, seguido por Tailândia e Indonésia. O Brasil é o 4º maior produtor mundial com 21,08 milhões de toneladas. Levada pelos colonizadores a toda parte, a mandioca é muito famosa também por sua grande versatilidade. Os principais produtos são a farinha seca, farinha d’água, farinha temperada, fécula ou polvilho doce e polvilho azedo. Além do beiju e da mandioca chips.
Para o analista de mercado da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), Adonis Boeckmann, o uso da mandioca não está ligado apenas aos subprodutos. “A fécula é adicionada ao pão, as massas e é utilizada também na indústria de embutidos. Além disso, é acrescentada ao papel e ao papelão. Sem falar no etanol, cujas pesquisas estão em andamento”, disse ele.
Nos últimos anos, a matéria-prima tem se popularizado, seja na forma in natura ou por subprodutos como o polvilho e a tapioca, que pode ser ingerida em uma infinidade de jeitos, cores e recheios. Estados Unidos, Japão, Canadá, França, Alemanha, Coreia do Sul e Austrália são alguns dos países que já se renderam aos benefícios e delícias do alimento que não tem glúten.
Além de ser pouco calórica, a fécula de mandioca é rica em ferro e potássio, que ajudam na produção de glóbulos vermelhos no sangue e na circulação dele nos vasos sanguíneos.
Tapioca de banana com chocolate: delícia brasileira. Apesar da “febre”, Boeckmann acredita que a fama se deve à curiosidade, ao turismo e ao marketing, no entanto não há uma verdadeira mudança de comportamento alimentar. “O povo do Sul do país, por exemplo, passou a conhecer a tapioca, mas não deixou de comer o pãozinho. Não houve uma efetiva mudança do hábito alimentar porque senão teríamos a redução do consumo do trigo. Haveria uma crise e não houve”, destacou.
(AGROSABER.COM.BR)
Na barraca de número dois “tem milho sim senhor” ficam expostas uma espiga de milho e fotos de plantações de milho e de indígenas manuseando o milho. Quem produzia e consumia milho na época da colonização? Porque ainda comemos milho hoje em dia?
Figura 13: plantação de milho
Figura 14: Indígenas guarani, na atualidade, manuseando o milho.
Na terceira barraca “Doce sabor colonial” a professora disponibiliza um QR code para que os alunos possam ter acesso a um vídeo, disponível em: https://youtu.be/VLo9ubS24zo:
Esse vídeo possui com informações sobre a história do açúcar no Brasil e seu uso na atualidade. Os alunos que não tiverem celular devem formar dupla com o colega que tenha o aparelho, compartilhando um auricular do fone de ouvido cada, para não atrapalhar os demais colegas que se encontram em movimentação nas outras barracas. Fica exposto, também, uma xícara de açúcar com a pergunta: Qual o impacto da produção de açúcar para a sociedade do período colonial?
A barraca de número quatro “mistura que dá certo” deve ter imagens da conhecida feijoada em versões diferentes para que os alunos possam perceber como um mesmo prato pode ganhar variações ao longo do tempo.
Figura 15: Feijoada com feijão carioca
Figura 16: Feijoada com feijão preto
Figura 17: Feijoada de frango com feijão branco
Após o término do rodízio é realizada uma roda de conversa sobre as informações contidas nas barracas e as respostas e observações de cada grupo. Em seguida é feito um sorteio, entre os grupos, dos alimentos apresentados nas barracas. Cada grupo deve realizar uma pesquisa na internet sobre a história do alimento sorteado. A professora sugere os seguintes sites para realização das pesquisas: http://historialivre.com/, https://www.sohistoria.com.br/,https://www.historiadobrasil.net/,https://www.suapesquisa.com/,https://www.cafehistoria.com.br/,https://mundoeducacao.uol.com.br/,https://brasilescola.uol.com.br/
Esse material de pesquisa deve ser utilizado como referência básica para organização e montagem da socialização dos resultados em quadros de folhas de cartolina ou papel A4. Todas as produções serão afixadas a uma corda de barbante em forma de varal. A orientação é usar a criatividade e empregar imagens, textos e demais meios multimídias para deixar o varal histórico, que será exposto na sala de aula, rico em informações.
Etapa 04:
O passo seguinte é a organização do varal histórico. Todos devem participar desse momento de interação, cooperação e responsabilidade. Folhas de papel cartão e moldes de letras são usados para confeccionar o nome Varal Histórico que ficará exposto na sala de aula e serve para pendurar o material produzido pelos alunos na aula anterior.
Depois de deixar o varal pronto na parede é solicitada uma tarefa para casa em que os alunos façam um levantamento dos pratos consumidos por suas famílias que tenham farinha de mandioca, açúcar e feijão na receita e busquem suas origens para apresentar aos colegas na aula seguinte. O material seguinte para exposição no varal é sobre a mandioca na alimentação colonial e sua herança cultural.
Etapa 05:
Para dar continuidade ao estudo da alimentação no período colonial a professora inicia perguntando aos alunos quem conhece e consome farinha, que tipos de farinhas eles conhecem e se sabem como é o processo de produção das farinhas que eles mais têm contato.
Após a troca de informações entre os alunos sobre as farinhas que fazem parte de suas realidades, a professora projeta com data show um vídeo sobre a lenda da mandioca. Entre várias opções disponíveis a professora sugere o seguinte vídeo: https://youtu.be/_61zthBbsc0
Na impossibilidade de uso de vídeo é recomendada a leitura coletiva de um texto que conte a lenda da mandioca. O texto sugerido: https://www.infoescola.com/folclore/lenda-da-mandioca/.
A Lenda da Mandioca faz parte do folclore brasileiro e é de origem indígena. De acordo com a história, a filha do cacique de uma tribo tupi-guarani havia engravidado, e seu pai muito furioso, queria saber de quem era o bebê que ela estava esperando. A índia afirmava que não sabia como tal fato teria acontecido, pois não tinha se entregado para nenhum homem. O cacique não acreditou na filha.
Certa noite, o chefe da tribo sonhou que alguém lhe dizia para acreditar em sua filha pois ela contava a verdade. A partir deste momento, o cacique passou a aceitar a gravidez da filha e a esperar ansioso pela chegada da neta. A menina era muito bonita, tinha a pele branca e se chamava Mani. Trazia muita alegria para a aldeia pois era uma criança muito feliz e querida. Durante uma manhã, Mani foi encontrada sem vida pela sua mãe. Com muita tristeza, o povo enterrou a menina dentro da própria oca. A terra ficava umedecida com tantas lágrimas, e depois de alguns dias, nasceu uma planta diferente no mesmo local onde o corpo havia sido enterrado. A planta não era conhecida pela aldeia. Perceberam que ela tinha uma raiz escura e por dentro era toda branca. Em homenagem a filha, ela colocou o nome de Manioca, uma junção de Mani (nome da criança) e oca (local onde foi enterrada), que com o passar dos anos o nome tornou-se mandioca. Os índios passaram a utilizar a raiz da planta para fazer farinha e uma bebida chamada cauim.
No Brasil, a mandioca possui vários nomes, dependendo de cada região. Existem por exemplo, aipim, macaxeira, maniva, castelinha, mandioca-mansa, mandioca-brava entre outros. A mandioca é um tubérculo da família das Euphorbiaceae, que se desenvolve abaixo da superfície do solo. Ela possui ampla capacidade de adaptação, ou seja, nasce em variadas condições de clima e solo. Segundo pesquisadores, é uma planta muito antiga, cultivada e consumida antes mesmo da colonização no país (INFOESCOLA.COM, S.D, S.P.).
Atualmente, é considerada um dos principais alimentos básicos da população mundial. Ela é produzida em mais de 100 países, sendo os maiores produtores Nigéria, Tailândia, Brasil, Indonésia, Angola, Gana e República Democrática do Congo, respectivamente. A mandioca é a terceira maior fonte de carboidratos, ficando atrás apenas do arroz e do milho.
Depois desse momento a professora levanta as questões: É possível identificar a cultura de um povo através dos seus hábitos alimentares? É possível preservar uma cultura alimentar mesmo que ela tenha contato com outros povos? Depois de ouvir as repostas deve ser feita uma exposição oral/dialogada sobre a importância da mandioca para os indígenas que viviam na região onde hoje é o Brasil, inclusive mostrando imagens, impressas ou projetadas, na lousa com datashow, o beiju1 e os vários tipos de farinha que são produzidas com a raiz e deve ser levantado o questionando sobre a existência de indígenas e o uso da mandioca na região onde está localizada a escola.
O uso da farinha na alimentação do período colonial é um bom exemplo de intercâmbio alimentar entre portugueses e os sabores nativos, lembrando que esse intercâmbio culinário, obviamente, não foi um processo majoritariamente amistoso, visto que portugueses impunham seus gostos como afirma Silva (2005, p. 25) “novos sabores e maneiras de se alimentar foram sendo descobertos e, sobretudo, impostos”.
O uso da mandioca por indígenas era comum, até para produzir bebidas como o cauim2, e foi desse encontro entre europeus e a farinha, produzida por indígenas, que segundo Cascudo (1967) nasceu o pirão3 e “é provável que eles privilegiavam a mandioca para substituir o trigo na fabricação do binômio farinha e pão que, em geral, era a principal forma de consumo das plantas alimentícias entre as elites da Colônia” (BASSO, 2012, p.176).
Os portugueses habituados a cozinhar caldos com verduras sentiram falta de alguns sabores europeus no novo continente, e na busca pela adaptação culinária ao seu paladar utilizou a farinha, produzida pelos indígenas, no caldo e assim nasceu a importante herança gastronômica do Brasil que é o pirão:
Detentores de uma tradição camponesa europeia, nascida e fortificada a base de papas e líquidos misturados aos cereais, os lusitanos acrescentavam a uma cuia de caldo quente - fosse de verduras, de peixe, de carne, fosse de tartaruga - farinha de mandioca em quantidade suficiente para que a mistura ficasse granulada, com aparência pegajosa, grudenta e viscosa, tal qual um legítimo ou um pirão brasileiro. (SILVA, 2005, p. 81)
Para identificar o modo de produção das farinhas são exibidas duas imagens, uma de uma representação da casa de farinha do período colonial e outra de uma casa de farinha na cidade de Santa Rita no Maranhão no século XXI. Mostrar as duas imagens (figura 18 e 19) e analisar junto com os alunos permanências ou mudanças no modo como o alimento é produzido pode colaborar para a reflexão de como algumas práticas resistem ao tempo e estão presentes de forma significativa no nosso cotidiano, podem ser discutidos, ainda, os papéis de quem prepara, quem consome, quem lucra e as variações da farinha no uso culinário.
Figura 18: Casa de farinha: Modesto Brocos y Gomez
Figura 19: Casa de farinha
As imagens mostradas foram escolhidas para levar o aluno a refletir sobre suas próprias experiências e perceber heranças culturais e alimentares na realidade do interior do Maranhão. Também pode-se abordar temáticas de discriminações raciais uma vez que se percebe continuidade de pessoas de pele negra na trabalhosa e desgastante produção desse alimento. Outros docentes, também, podem pensar em outros alimentos que sejam característicos de sua cidade e instigar a participação dos alunos sobre o que conhecem desse alimento. Além da aproximação com a temática, o uso da farinha pode fazer com que o aluno ao degustar fora da escola comidas que tenham em seu preparo ingrediente estudado em sala de aula e reflita sobre sua história e a cultura da qual ele faz parte.
Etapa 06:
Nessa etapa as informações colhidas durante a aula podem ser acrescentadas ao trabalho feito em casa. A professora acompanha a conclusão dos trabalhos e ajuda na montagem da nova exposição do Varal Histórico.